António NobreKirja-arvosteluja
Teoksen Só tekijä
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Escrito já ciente do destino que a doença que o consumia lhe traçava, como em Só, estes poemas são o retrato de uma existência amargurada, sofrida, de alguém que sempre se viu distante, separado, e por isso saudosista, de tudo quanto teve de abandonar para se descobrir a estar onde nem sequer queria.
Mas precisamente por aí estar, à distância, longe do tempo e do lugar para onde a memória lhe fugia, sente mais António a nobre fantasia desse outro tempo e lugar colorido pela saudade, tornado símbolo de tudo quanto lhe faltava e do quão separado se sentia.
No entanto, e até pela natureza algo desorganizada, incompleta, desta compilação póstuma, e apesar do quão mais óbvio seria o sofrimento e o sentimento de tragédia que sobre o poeta pendia, certo é que estes poemas não transmitem a mesma sensação de tristeza tão presente em Só. O que sobra então? Para quem aqui espera encontrar o mesmo poeta e o mesmo tipo de obra, ficam estas Despedidas algo aquém daquilo que o poeta em Só prometia.
Seja como for, nestas póstumas despedidas ainda encontramos o mesmo António, o mesmo poeta. O que aqui lhe falta foi o quanto a vida pela doença encurtada lhe roubou. No pálido retrato que aqui se descobre, descobre-se também um outro Nobre, valendo por isso a curiosidade de quem o explore.