Ia dar 4 estrelas a este livro simplesmente porque não encaixa bem no tipo de conflito que eu gosto de ver nas histórias. Apesar disso, tive de pôr de lado o meu gosto e reconhecer que este é um livro que merece mesmo as 5 estrelas pela forma como o Valter Hugo Mãe escreve e aborda os preconceitos que se vivem nas aldeias. Eu próprio vivi numa durante muitos anos e não pude deixar de rir ao identificar determinados traços de personalidade, crenças e convicções que caracterizam muito bem as gentes do campo. Embora seja um tema algo pesado,o livro é apresentado com humor e sátira, mostrando de uma forma muito simples como é fácil viver em família e sermos mais felizes connosco mesmos e com os outros se nos livrarmos da estupidez segregante do preconceito. ( )

Une très belle écriture, beaucoup d'émotions et de poésie, mais je n'ai pas entièrement accroché à ce roman. ( )

O filho de mil homens é uma história composta de várias histórias que se cruzam de forma magistral. No fundo, é a história de uma série de personagens infelizes que por força do destino ou das circunstâncias, vêm as suas vidas interligadas e, juntas, formam a mais improvável das famílias e conseguem, finalmente, ser felizes.

O quarentão que queria um filho, o filho da anã que fica órfão, a mulher enjeitada, o maricas, a mãe do maricas e a cria são a família improvável que se forma ao longo das páginas deste livro e cujos destinos nos prendem à sua leitura sempre na expectativa de saber o que irá acontecer a seguir. ( )

Um homem chegou aos 40 anos e achou que para ficar completo, mesmo a 100%, precisava de ter um filho, sentou-se na areia da praia em frente a sua pequena casa de tábuas azuis, a falar com a Natureza, para lhe pedir um filho e quando embarcou atrasado no barco de pesca onde era pescador encontrou um rapaz, perguntou-lhe se queria ser seu filho e o rapaz disse sim.

Este ambiente fantástico, quase mágico, num tempo quase indefinido, foi o que mais me entusiasmou no "Filho de Mil Homens" de Valter Hugo Mãe. Há uma certa inocência boa em grande parte dos personagens, um sentimento de que a bondade será recompensada, de que o amor e a fraternidade vencerão o mal. É assim com o homem que chegou aos quarenta, com a anã que engravidou, com o homem maricas, com o velho viúvo que queria casar com a caseira...

Já as partes da narrativa onde não prevalece este ambiente mágico, onde o mal e as suas consequências aparecem, não são tão bem conseguidos em termos de escrita. Parece-me, assim, um livro um pouco desequilibrado. No entanto, o balanço geral é bem positivo e, sendo o primeiro livro de VHM que li, fiquei muito positivamente surpreendido e cheio de curiosidade para experimentar outras obras do autor. ( )